Crédito: Rendeeplumia |
No primeiro post desta
sequência prevista de três (aqui), fizemos breve análise sobre a derrota da
Seleção Brasileira de 7 x 1 para a Seleção da Alemanha, na Copa do Mundo 2014,
com base em sete quesitos relevantes para uma equipe vencedora. Neste segundo post, fazemos uma também breve análise do momento
atual da Seleção, usando a mesma estrutura anteriormente empregada.
A Seleção do Brasil, sob o comando de Dunga, tem procurado um novo
caminho para o hexa-campeonato e os resultados alcançados até aqui são bons: o
Brasil venceu os quatro amistosos que disputou até o momento, inclusive contra
a Argentina. Entretanto, amistoso é amistoso e em nossa percepção, vale a pena fazer várias perguntas. Vejamos:
1 - Integridade de escolha
Dunga acerta convocando talentos como Kaká, Robinho, Tardelli, Evérton
Ribeiro e Ricardo Goulart. É um avanço significativo que procura corrigir um dos
erros da equipe de Felipão. Mesmo assim, os critérios de convocação estão
absolutamente claros para os brasileiros e para todos os jogadores? Em que
medida as escolhas estão sendo tratadas, exclusivamente, sob o foco da
meritocracia? Mais: todos os convocados estão tendo uma real oportunidade? Esse
ponto tem, inclusive, a ver com o próximo.
2 - Consciência de coletividade
É importante que o coletivo seja a tônica. E o coletivo será beneficiado se as chances forem dadas de maneira equânime. Dando um exemplo: jogadores como
Evérton Ribeiro e Ganso parecem opções melhores do que Oscar para sua posição,
mas Dunga tem mantido Oscar jogando e ele não tem estado muito bem. Insistir em quem não se mostra bem em detrimento de quem pode estar ajuda o coletivo? Em tempo, a braçadeira de capitão não deveria
ser testada também em outros jogadores além de Neymar, para desenvolver
lideranças?
3 - Atitude
Não temos dúvida de que Dunga tem procurado passar o sentimento de
garra para os jogadores, inclusive colocando mais regras para o grupo, visando
sua disciplina, com o que concordamos e o que inclusive aplaudimos. Entretanto, ele também pede “convocados
prontos emocionalmente” (veja aqui). Isso significa que, mesmo assim, não
haverá nenhum tipo de trabalho e acompanhamento emocional do grupo? Ou seja,
basta convocar “durões” e o resto se ajeita?
4 - Respeito ao adversário
Sobre esse ponto, ainda não temos muito a dizer. A Seleção disputou
amistosos, venceu todos e pareceu levar os adversários a sério, jogando firme. Continuaremos
assim? Estudaremos bem os adversários e seus técnicos e jogadores? Aprenderemos mais sobre eles?
5 - Boa execução de esquemas táticos
A Seleção joga mais compacta do que a equipe que jogou aberta na Alemanha, mas ainda não tem um meio de campo forte, eficaz e convincente quanto à criatividade. Como poderemos ser muito bons na criação de jogadas? Outro ponto preocupante é: o time permanecerá dependente em grande medida da boa atuação de Neymar? Este é um jogador com inegáveis qualidades, no caminho de se consolidar como craque, mas uma andorinha não faz e não pode fazer verão. Vamos aguardar.
6 - Talentos
Esse requisito começa a
melhorar, conforme exposto no item 1. Os riscos são a adoção de critérios não meritocráticos
(ou não, como diria Caetano Veloso) e preferências específicas, conforme dito
no item 2. Teremos realmente os melhores em campo? Esperemos que sim.
7 - Entrosamento
Sobre esse ponto, não
temos muito a dizer, por ora. Entrosamento se consegue treinando e jogando, treinando
e jogando, treinando e jogando. Temos quatro jogos até agora. Quantos mais teremos?
Como vamos ganhar mais e mais entrosamento?
Concluimos este post desejando o melhor possível a Dunga e seus comandados e enfatizando que a nossa análise do momento
atual da Seleção Brasileira é, no fundo, um levantamento de perguntas, cujas respostas
aguardamos que o tempo mostre.
Bola Pensante
Bola Pensante
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