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O evento supracitado, aqui tratado inicialmente no seguinte post, constitui ameaça ou oportunidade para os clubes nacionais? Em um primeiro momento, os clubes com finanças combalidas e que contavam com esses investidores para bancar a vinda ou a permanência de jogadores mais caros terão maiores dificuldades.
Mais adiante, entretanto, a medida poderá favorecer aquelas agremiações com boa administração estratégica e financeira e que forem capazes de investirem bem em suas respectivas base de formação profissional e na atualização permanente de suas comissões técnicas. Lembrando que a decisão da Fifa, em tese, cria uma reserva de mercado para os clubes, ao excluir os investidores dos direitos sobre atletas. Dá para discordar desse ponto?
Mesmo assim, no curto prazo, a medida preocupa e muito. Assim sendo, o que os clubes do Brasil poderiam fazer, pensando em 2016 e em períodos anuais futuros, supondo que em 2015, os impactos da decisão da Fifa, mesmo concretos, serão menores? E a CBF? E o estado brasileiro?
A nosso ver, os clubes deveriam:
1) Analisar tudo, receitas e despesas, a fundo, saneando as finanças com a brevidade possível.
2) Não firmar compromissos que venham a piorar as finanças, de maneira alguma.
3) Sensibilizar atletas sobre os tempos que estão mudando e que requerem contratos mais ajustados.
4) Exigir das comissões técnicas atualização profissional permanente, até bancando-a, se precisar.
5) Investir com seriedade nas bases que criam os futuros atletas, aprofundando sua qualidade.
No caso da CBF, ela poderia estabelecer um calendário de futebol que favorecesse o fortalecimento econômico-financeiro dos clubes e a saúde dos atletas, já que não há quem não tenha queixas sobre os calendários estabelecidos pela Confederação. E a CBF também poderia coordenar uma discussão profunda e democrática, com os clubes e outras entidades, sobre o que fazer para favorecer o fortalecimento das agremiações e do futebol nacional. Aliás, depois dos 7 x 1 que a Alemanhã impôs ao Brasil, espera-se algo assim, que ainda não veio.
Já no caso do estado brasileiro, ele precisa estabelecer uma Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte robusta, prevendo o fairplay financeiro e penalidades para quem não persegui-lo. E principalmente, passar a enxergar o esporte e o futebol como caminhos para geração de empregos e de renda, como setores econômicos que podem ter relevância para o desenvolvimento do Brasil.
O caminho não é trivial e deveria ser tentado até independentemente da decisão da Fifa. Se não for tentado, corremos o risco de convivermos com clubes financeiramente enfraquecidos, entregando qualidade pífia de futebol e operando como exportadores de talentos para o exterior. Isso, aliás, já não está acontecendo? Mas não precisa piorar.
Bola Pensante
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