Aproveitamentos dos sete melhores do Brasileirão 2014

Crédito: koratmember

No Brasileirão 2014, vencido por antecipação pelo Cruzeiro, demonstramos, no post aqui indicado, que o time estrelado joga bem melhor no Mineirão, com aproveitamento de 82,5% nos jogos ali ocorridos. Além disso, o time registrou aproveitamento de 57,9% em outros estádios. Por fim, ele concluiu o Campeonato com esse indicador batendo em 70,2%, o maior entre os 20 competidores das série A.

Outra constatação do post acima indicado foi a de que o Cruzeiro joga melhor aos domingos, tanto no Mineirão quando em outros estádios; além disso sua performance cai substancialmente aos sábados e dias de semana, quando ele joga fora de casa. 

Neste post, analisamos o aproveitamento dos sete melhores times do mesmo Brasileirão (aqui apelidados de G7), todos com aproveitamento superior a 50%, com ótica similar, ou seja, buscando verificar se o comportamento médio do conjunto e dos demais competidores da time estrelado foi parecido. Para isso, elaboramos as estatísticas abaixo apresentadas:

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Aproveitamento = Pontos conquistados / Pontos disputados (%)

A tabela acima permite constatar que, em média (ver a última linha):

1) O aproveitamento médio do G7 quando os times jogaram no estádio local foi de 73,4% e o Cruzeiro, com 82,5%, aproveitou melhor os jogos no Mineirão. Assim, jogar em casa é muito melhor para todos os sete clubes do G7. Note-se que os aproveitamentos em jogos com mando de campo são quase sempre superiores a 70%, exceção feita ao São Paulo e ao Fluminense, com 68,4%. 

2) O aproveitamento médio do G7 quando os times jogaram em outros estádios foi inferior a 50%, ou seja, de 44,9%. Mesmo assim, Cruzeiro e São Paulo tiveram aproveitamentos superiores a 50%, respectivamente com 57,9% e 54,4%. Além de jogar melhor no Mineirão, o time estrelado foi aquele que performou melhor quando jogou fora. Quanto ao São Paulo, como teve bom aproveitamento fora de casa, terminou o campeonato como vice-campeão.

3) Jogar em domingos conduz a um aproveitamento médio bem maior, tanto em casa quanto fora de casa,  para todo o G7. Basta comparar os sábados, domingos e outros dias: os números da coluna "domingos" são, invariavelmente, melhores, em qualquer situação.

4) O G7 não tem uma queda de performance tão acentuada como teve o Cruzeiro quando jogou em outros estádios e em  sábados/dias de semana. Isso pode ser constatado melhor pela tabela abaixo, criada a partir da anterior: 

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Note-se, na tabela anterior, que em média, quando o G7 jogou em outros estádios, o peso de domingos foi de 49,6% no aproveitamento, enquanto que no Cruzeiro, esse foi de 60,6%. Dito de outra forma, o time azul celeste performou bem menos do que a média em sábados e outros dias, quando jogou no campo dos adversários; aliás, o mesmo ocorreu com o São Paulo e o Corinthians. Por que será?

5) Pontualmente, existem diferenças em relação à média. Por exemplo:

- O Corinthians, quando jogou no estádio local, não apresentou diferença de desempenho entre domingos e outros dias (exceto sábados). O Fluminense, quando também jogou em casa, não demonstrou diferença entre sábados e domingos. O que explicaria esses resultados?

- O Internacional, quando atuou em outros estádios, teve desempenho bem melhor em sábados do que em domingos e outros dias. Na mesma lógica, o Atlético MG não apresentou diferença entre domingos e outros dias (exceto sábados). Já o Fluminense e o Grêmio atuaram, fora de casa, melhor aos sábados. Por que?

Há perguntas sem respostas, as quais somente poderiam ser respondidas pelos próprios clubes, via pesquisa interna aprofundada. Mesmo assim, o que devemos concluir? Principalmente, que é importante que os times entendam por que performam melhor e pior em determinados condições, a fim de que possam maximizar seus desempenhos.

A maximização acima citada pode ser feita de várias formas. Torcidas podem estimular mais seus times, quando esses tiverem o mando de campo. Temos visto, em alguns jogos, conforme o time, a torcida simplesmente reduzir o ritmo de incentivo quando o resultado está desfavorável. Os próprios clubes podem pedir o apoio das torcidas. Além disso, clubes podem entender seus hábitos e comportamentos coletivos, além de hábitos e comportamentos pessoais de jogadores, os quais estejam relacionados ao trabalho, com o propósito de identificar problemas e alternativas de resolução. Procurar entender o passado ajuda a intervir no presente para criar o futuro.

Bola Pensante