Crédito: samuiblue |
Um exemplo de crítica pública no futebol nacional, não específico do Campeonato Carioca e que pode ser citado é o do jogador Emerson Sheik, emprestado em 2013, pelo Corinthians, ao Botafogo, o qual fez crítica aberta à CBF diante de câmaras que televisionavam o jogo Botafogo x Bahia, após ser expulso de campo. Ao tentar justificar seu ato (o jogador proferiu diante das câmaras a frase "a CBF é uma vergonha"), Sheik reconheceu que o momento de sua manifestação talvez não fosse oportuno, mas, ao mesmo tempo, ele reclamou das arbitragens nacionais, defendendo o direito dos atletas de manifestarem suas opiniões.
Voltando à regra criada pela Federação Carioca: ela é razoável e adequada? Ou é autoritária e constitui censura? Sobre esse assunto, seria interessante ouvir a opinião dos clubes afetados pela nova disposição, de torcedores independentes, ou seja, sem vínculo forte com as agremiações (a não ser, obviamente, o de torcer, alegrar-se ou sofrer) e de especialistas jurídicos. Há uma dúvida, no caso dos primeiros: se esses discordarem da regra, poderão admiti-lo publicamente? E se isso for considerado pela Federação como violação e os clubes de quem se manifestar forem multados? Sui generis.
A propósito, a média de público do Campeonato Carioca é de estimados e meros 2.800 torcedores por jogo e a baixa audiência também ocorre em outros estados. Genericamente, sem focar a decisão específica da Federação Carioca, e pensando em qualquer competição de futebol, pode-se dizer que o nível de prestígio de um campeonato dependerá muito mais do nível do futebol praticado do que de medidas para coibir críticas, que, independentemente dos aspectos formais, têm um espírito coercitivo que não ajuda o fortalecimento desse esporte.
Bola Pensante
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