FlaFlu x Ferj: a história continua

Crédito: digitalart

O futebol carioca continua em plena ebulição, neste mês de janeiro, relatada a cada dia pela mídia esportiva. A Federação Carioca de Futebol (Ferj), o Flamengo e o Fluminense continuam sob litígio, cujo final não se prevê quando termina.

Após a Ferj determinar que as críticas de dirigentes, técnicos e atletas participantes do Campeonato Carioca sejam penalizadas com uma multa de R$ 50 mil e fixar preços de ingressos para o torneio, Flamengo, Fluminense e o Consórcio Maracanã publicaram manifesto contra os referidos preços, considerados insatisfatórios para a cobertura de seus custos. 


Na sequência, em nota publicada no site da Ferj, vários times do Rio de Janeiro manifestaram sua discordância em relação ao citado manifesto: Bangu, Boavista, Bonsucesso, Cabofriense, Friburguense, Macaé, Nova Iguaçu, Resende, Tigres do Brasil e Vasco da Gama. 

Continuando a história - e citando aqui apenas os fatos que envolveram mais de um agente, Flamengo e Fluminense publicaram, hoje, uma nota conjunta criticando a "postura ditadorial" da Ferj sobre o regulamento do Campeonato Carioca e a imposição dos preços dos ingressos, reconhecendo "claro desgaste da relação" e que "a postura ditatorial da Ferj tem afastado Flamengo e Fluminense de qualquer possibilidade de entendimento".  Além disso, os dois clubes afirmaram que mesmo participando do Campeonato Carioca em 2015, analisam a criação de uma liga de clubes cariocas para anos futuros.

Mas os fatos não pararam por aí. Também hoje, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, abandonou uma reunião do Conselho Arbitral da Ferj, no bojo da discussão sobre os preços dos ingressos do Campeonato Carioca, alegando agressão verbal do presidente do Conselho, Rubens Lopes. A Ferj, Botafogo, Vasco e os clubes menores divulgaram, em seguida, nesta mesma sexta-feira, uma nota conjunta atacando a dupla FlaFlu e introduzindo o conceito de "alucinação moral".

O que teríamos a dizer sobre tudo isso, para o momento? Sem deixar de reconhecer que a Ferj aparenta uma postura carente de espaço para o diálogo (referimo-nos principalmente à decisão de proibir críticas ao Campeonato Carioca, considerada ilegal por alguns especialistas, conforme pode ser visto aqui), que a fonte mais profunda dos problemas (ou pelo menos uma delas) parece ser a própria estruturação do Campeonato Carioca - e de vários outros torneios dessa natureza pelo Brasil. A grande verdade é que esses campeonatos estaduais, tal como são configurados, não motivam os torcedores, não criam grande vontade de assisti-los e esta é uma questão que merece uma reflexão à parte.

Bola Pensante