Crédito: samuiblue |
Mas o assédio do futebol da China a jogadores que atuam no Brasil não pára por aí: Conca, argentino e um dos principais atletas do Fluminense, também poderá deixar o time, a partir de uma proposta irrecusável egressa, também, do futebol da China. Fica a necessidade da reposição eficaz, que impeça a queda de rendimento dos clubes nacionais nos desafios de 2015, que não serão poucos. No caso do Cruzeiro e Atlético MG, por exemplo, a disputa da Libertadores da América.
Outros eventos também chamam a atenção, mas em outra direção do globo terrestre: o primeiro, ocorrido há algum tempo, é a ida de Kaká para o Orlando City, na Flórida, EUA, após alguns meses de atuação no São Paulo. O segundo evento é mais recente: nessa semana que passou, Ronaldo Fenômeno manifestou a intenção de voltar a jogar, nos EUA e no time do qual tem participação de 25%: o Fort Lauderdale Strikers. EUA? Sim, EUA. O futebol ali está em crescimento. Na última Copa do Mundo, o interesse dos norte-americanos foi visível e o presidente Obama foi, inclusive, fotografado em seu avião presidencial, assistindo a um jogo entre as Seleções dos EUA e da Alemanha, vencido pelos germânicos.
O que esses movimentos podem estar apontando? Por enquanto, nada que ameace a hegemonia do futebol europeu, em termos de qualidade de futebol e prestígio de quem ali joga, especialmente se o atleta estiver atuando em clubes como Real Madrid, Bayern de Munique, Barcelona, Atlético de Madrid, Chelsea e outros dessa natureza. Por enquanto - e talvez por algum tempo - China e EUA são e serão percebidos como "periferia", em termos de relevância do futebol. Tanto assim que alguns comentaristas entendem que os jogadores que atuarem, por exemplo, na China, deixarão de ser observados pelo técnico Dunga, da Seleção Brasileira. Mesmo assim, EUA e China não deixam de ser mercados emergentes de futebol, aos quais sempre é bom prestar atenção. E vamos combinar: ninguém deixará de aproveitar uma proposta financeiramente relevante da China apenas para aguardar o técnico da Seleção Brasileira convocá-lo, o que pode até não ocorrer, não é verdade? Ou ocorrer sem aproveitar melhor o atleta. Ricardo Goulart, por exemplo, não chegou a ter o seu talento explorado na Seleção Canarinho quando por ali passou, em 2014, antes de uma lesão, e sabe-se lá se isso ocorreria.
No que tange aos mercados tradicionais, como a Europa e a América do Sul, o que se percebe é que, no primeiro caso, esse permanece sendo o sonho dourado de muitos atletas, o que é legítimo, por que ali seus rendimentos e vidas podem melhorar substancialmente. Entretanto, também se percebe que a Europa não tem manifestado maior interesse por jogadores do Brasil; tanto é assim que as oportunidades aproveitadas por Ricardo Goulart e Diego Tardelli vieram da China. Jogadores como Éverton Ribeiro e Lucas Silva ainda não receberam proposta concreta e que, concomitantemente, seja interessante para as partes envolvidas, como se esperaria no passado. O que devemos inferir? Infelizmente, que o futebol nacional anda desprestigiado na Europa e até mesmo para aqueles que estão em alta por aqui. Não que desejemos que os nossos bons jogadores deixem o Brasil, ao contrário! Já existe muita expatriação de atletas nacionais, mais do que seria desejável. Mas o que se constata é o nosso futebol em baixa, em função de Alemanha 7 x 1 Brasil e de outros aspectos.
Não querendo concluir este post de maneira negativa, estamos torcendo para que o saudável movimento Bom Senso Futebol Clube, que já tem exercido influência em nível do governo federal, consiga ser ouvido com maior profundidade pela presidenta Dilma Roussef e sua equipe. Afinal, os agentes privados não têm atuado com firmeza no sentido de revitalizar o futebol nacional; aliás, eles estão realmente interessados nesse objetivo?
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