segunda-feira, 30 de março de 2015

Seleção Brasileira: é razoável ter esperanças?

Crédito: Phonlatuch
Foram oito amistosos, contra oito Seleções entre fortes e nem tanto, a saber: Colômbia, Equador, Argentina, Japão, Turquia, Áustria, França e Chile. A Seleção Brasileira venceu todas as partidas, com 18 gols marcados (um dos quais, contra, no jogo contra a Turquia) e apenas dois gols tomados, da Áustria e da França.

Foram, também, 2,6 gols por partida. O Cruzeiro, bicampeão do Brasileirão no período 2013-2014, teve médias de 2,0 e 1,8 no biênio indicado, respectivamente. Naturalmente, a comparação precisa ser contextualizada, pois a Raposa disputou 38 rodadas em cada período anual, sob distintas condições e durante um período de tempo muito maior. Um torneio como o Brasileirão, longo, tem momentos de forte desempenho, mas também momentos de baixa de energia, o que torna a média de gols menor. Mas é sempre interessante comparar.

Os números da Seleção Brasileira na era Dunga 2 estão apresentados nas tabelas seguintes:



Note-se o peso da participação de Neymar nos gols marcados: ele participa com pouco menos da metade dos tentos a favor da Seleção Brasileira. Em segundo lugar, empatados, aparecem Tardelli, Willian e Roberto Firmino, com dois gols. Os demais jogadores contribuíram com um gol cada para os resultados.

Considerando esses números e, paralelamente, o que se viu em campo nos oito jogos em questão, pode-se perguntar: é razoável ter esperança na construção de uma Seleção Brasileira forte para a Copa de 2018, na Rússia?

Como pontos positivos da atual Seleção, destacamos os números acima, o futebol sensivelmente melhor em relação àquele que se viu na Copa do Mundo 2014, com mais movimentação e compactação, além de um treinador aparentemente mais aberto a entender o futebol mundial, em que pese sua menor experiência em relação à de outros treinadores e visão rígida em certos aspectos (exemplo: em sua visão, a Seleção não precisa de psicólogos, os atletas precisam chegar prontos; o psicológico exigindo, ex-craques da Seleção devem ser acionados para motivar jogadores).

Entretanto, não se deve perder o contato com a realidade dos fatos. A Seleção Brasileira não tem jogadores brilhantes, com a pontual exceção de Neymar, ainda em crescimento, se comparado a Messi ou Cristiano Ronaldo. Entretanto, supondo que o futebol de Neymar se equipare em qualidade ao futebol das estrelas de primeira grandeza do futebol mundial ao longo do tempo, ter apenas um craque é pouco para uma Seleção, seja ela qual for. Além disso, infelizmente: amistoso é amistoso, campeonato é campeonato.

Com base no exposto, perguntamos: é razoável ter esperanças? Podar a esperança de seres humanos é algo que, salvo justificadas exceções, não se deve fazer, chegaria a ser cruel. Ao mesmo tempo, é importante que não se criem falsas ilusões, visto que há fragilidades e muito futebol pela frente: Copa América, eliminatórias da Copa do Mundo 2018, Copa das Confederações 2017 e, por fim, a própria Copa do Mundo. Podemos ter esperanças, sim, mas com os pés no chão, por que os 7 a 1 impostos pela Alemanha ao Brasil foram de amargar.

Bola Pensante

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