Crédito: Stuart Miles |
De domingo para cá, houve muitas reclamações sobre o técnico Marcelo Oliveira, que "não saberia vencer o Atlético". Torcedores chegaram até a agredir o carro do presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, em protesto, ao final da partida de domingo, no Mineirão. E um grupo de torcedores fez um protesto diante da sede administrativa do Clube, com várias reivindicações.
Rivalidade à parte, o estresse e cobrança com excessos de parte da torcida não fazem tanto sentido assim e chegam a ser até injustos e errados em seus exageros (por exemplo: agressão ao automóvel do presidente, absurda), especialmente considerando o bom trabalho feito em anos recentes, após um momento de quase rebaixamento do time à série B. Há isso e muito mais a considerar:
1) O Cruzeiro, nos últimos dois anos, foi campeão brasileiro. É tetracampeão nacional e uma das principais forças do futebol nacional. A administração Gilvan tem sido boa nesse sentido.
2) O time passou por um processo de desmonte em janeiro e fevereiro, tendo perdido atletas como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Lucas Silva, estando em plena reconstrução. Cobrar resultados excepcionais e idênticos aos mesmos do último biênio em um momento como esse não é razoável.
3) Os demais times do Brasil não estão jogando tão bem assim. Flamengo, Fluminense, Corinthians (que alguns consideram atualmente o melhor) e São Paulo foram pura e simplesmente desclassificados nos seus respectivos Campeonatos Estaduais neste final de semana, ou seja, a desclassificação não aconteceu apenas com a Raposa.
4) O técnico tem se mostrado competente e sério. Se ele saísse do Cruzeiro, provavelmente seria reposicionado no mercado em curto espaço de tempo. Definitivamente, muitos times gostariam de ter o técnico Marcelo Oliveira cuidando de seu futebol.
5) Finalizando, a vitória sobre do Atlético MG se deu em um contexto atípico e absurdo, em que o Cruzeiro acabou tendo que jogar dois jogos pesados, desrespeitando o limite de 60 horas da regra da CBF: o primeiro contra o Atlético MG (domingo, 19/04) e o segundo contra o Universitario de Sucre (terça-feira, 21/04). Algo completamente desrespeitoso. Além disso, objetivamente, o segundo gol do Atlético surgiu de um erro crasso e inaceitável do juiz da partida, que deveria ter expulsado o jogador Ed Carlos (seu chute atingiu a cabeça de Leandro Damião), mas devolveu a bola aos atleticanos para eles fazeram o gol.
Em síntese, é preciso que todos, dirigentes e torcedores do Cruzeiro, esfriem as cabeças e repensem sobre o que houve. Certamente, há lições muito interessantes e até imprescindíveis. Uma delas decorre da resposta à seguinte pergunta: o Cruzeiro deve continuar aceitando uma Federação Mineira que não o defende? Outra, do tratamento a ser dado às reivindicações dos torcedores, que precisam ser ouvidas e contempladas no que for pertinente, com o tempo razoável. Várias delas fazem sentido, como preços mais baixos.
Bola Pensante
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