Crédito: Stuart Miles |
Esta é uma história do futebol brasileiro em que um time sai fortemente injustiçado. Um time grande e um grande time, diga-se de passagem: o Cruzeiro Esporte Clube, bicampeão da Libertadores, tetracampeão do Campeonato Brasileiro e tetracampeão da Copa do Brasil. Nenhum outro time em Minas Gerais tem essas conquistas. E a injustiça pode criar prejudicar não apenas o Time Celeste e seus jogadores, mas também a torcida cruzeirense (arriscada a ver seu time se esfalfar além do razoável) e o futebol mineiro (idem, considerando que o Cruzeiro é um de seus principais patrimônios).
Vamos aos fatos mais recentes. Segundo informa a ESPN, ontem, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, conversou de maneira acalorada com o diretor da Rede Globo, Marcelo Campos Pinto, diante do prédio da CBF (era a posse de Marco Polo Del Nero, presidente). O presidente do Cruzeiro teria recebido ali um pedido de desculpas da Rede Globo, mas que não valeria nada, segundo Gilvan, visto que a Emissora não teria se manifestado de maneira corporativa: seu posicionamento teria se dado por meio do ofício de um funcionário da emissora em Minas Gerais, ao Tribunal Desportivo do Estado. O Órgão da Justiça Desportiva, por sua vez, teria acatado essa comunicação da Globo para tomar sua decisão desfavorável ao Cruzeiro, ao invés de fazer valer a regra da CBF, que determina o limite mínimo de 60 horas entre jogos.
De acordo com a coluna de Jaeci Carvalho, do jornal Estado de Minas, o presidente Gilvan, do Cruzeiro está furioso com o presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Castellar Guimarães Neto, não querendo sequer ouvir a sua voz. Ao embarcarem em uma van para um jantar da CBF, Castellar teria estendido a mão para cumprimentar Gilvan, e esse, recusado o gesto. Tudo indica rompimento de relações institucionais entre o Cruzeiro e a FMF. Castellar, segundo o colunista, se defende dizendo ter feito o possível para ajudar o Cruzeiro. O problema é convencer a torcida alvi-celeste; isso é possível? A FMF defendeu publicamente a equidade em relação aos dois times?
Já segundo o site SuperEsportes, a juíza substituta Rafaela Campos Alves, da Justiça do Trabalho, indeferiu uma liminar do Sindicato dos Atletas de Minas Gerais, a qual reivindicava antecipar o clássico Cruzeiro x Atlético MG para o sábado. A ação, fundamentada no artigo 25 do Regulamento Geral das Competições da CBF, que preconiza o mínimo de 60 horas entre jogos, tinha como réus Rede Globo, FMF e Cruzeiro. O pleito teria sido capitaneado, a pedido de atletas do Cruzeiro, por Paulo André, zagueiro do time e líder do Bom Senso Futebol Clube.
A juíza substituta acima citada apresentou em seu parecer, segundo o SuperEsportes, as seguintes justificativas: 1) o Cruzeiro sabia da tabela do Campeonato Mineiro desde o início de 2015; 2) o Clube tem um elenco com mais de 30 jogadores, o que viabiliza o revezamento; 3) o clube dispõe de um departamento de fisiologia com alta tecnologia e capaz de precaver lesões por excessos; 4) entre o jogo Huracan x Cruzeiro, da última terça-feira e o jogo Cruzeiro x Atlético MG, no domingo, o limite de 60 h está sendo mais do que respeitado; 5) se há descumprimento do prazo, ele se dá pela via do jogo marcado pela Conmebol, Cruzeiro x Huracan, que ocorrerá depois do clássico de domingo.
Surpreendem, primeiramente, as alegação de que o departamento de fisiologia do Cruzeiro tem como precaver lesões: precaver é sinônimo de prever e evitar? Surpreende, também, a consideração sobre o jogo da Libertadores: afinal, tanto a Conmebol quanto a CBF não precisam ter suas decisões e regras cumpridas concomitantemente? A regra da CBF estará sendo cumprida? Com essa decisão, o Poder Judiciário não estará enfraquecendo ou mesmo tornando letra morta a regra da CBF?
Mas surpreende, principalmente, a alegação dos mais de 30 jogadores, entre titulares e reservas: o entendimento é de que a CBF esteve completamente errada ao ter criado a regra das 60 horas? A Confederação terá errado feio, já que os clubes podem ter 30 ou mais jogadores? Eles deveriam ter, então, dois times, um titular e um reserva? Novamente, não se estará tornando letra morta a regra da CBF?
Surpreendem, primeiramente, as alegação de que o departamento de fisiologia do Cruzeiro tem como precaver lesões: precaver é sinônimo de prever e evitar? Surpreende, também, a consideração sobre o jogo da Libertadores: afinal, tanto a Conmebol quanto a CBF não precisam ter suas decisões e regras cumpridas concomitantemente? A regra da CBF estará sendo cumprida? Com essa decisão, o Poder Judiciário não estará enfraquecendo ou mesmo tornando letra morta a regra da CBF?
Mas surpreende, principalmente, a alegação dos mais de 30 jogadores, entre titulares e reservas: o entendimento é de que a CBF esteve completamente errada ao ter criado a regra das 60 horas? A Confederação terá errado feio, já que os clubes podem ter 30 ou mais jogadores? Eles deveriam ter, então, dois times, um titular e um reserva? Novamente, não se estará tornando letra morta a regra da CBF?
Bem, é fato que o tempo para levar o caso a instâncias superiores do Judiciário é exíguo e, portanto, restará ao Cruzeiro sofrer a grande injustiça. Mas injustiças também podem ser vitórias de Pirro.
O Cruzeiro, por meio do seu presidente, se mostra aparentemente rompido com a Federação Mineira e se assim for, doravante, o Campeonato Mineiro, que já não era uma brastemp, poderá se enfraquecer por demais se o time resolver não mais disputá-lo. O Cruzeiro também mostra disposição de caminhar junto com Flamengo e Fluminense (fala-se também no Atlético PR), em busca de uma virada de jogo, contra as Federações Estaduais respectivas. O futebol nacional bem que precisa de uma pequena (ou grande!) revolução. Quem sabe outros grandes times não se animam, como por exemplo, o Corinthians?
Para o acompanhamento dos fatos sobre essa injustiça lamentável, leia também:
- Simplesmente uma grande injustiça contra o Cruzeiro
- Cruzeiro x FMF: movimento contra as Federações aumenta?
- Polêmica sobre o jogo Cruzeiro x Atlético MG prossegue
- Presidente do Cruzeiro se revolta contra a Federação Mineira (FMF)
Bola Pensante
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