Crédito: samuiblue |
O primeiro motivo é trepidante contenda FlaFlu x FerjOutros e o rompimento dos dois gigantes do futebol carioca, Flamengo e Fluminense, com a Ferj, por diversos motivos, como preços de ingressos e críticas à organização do Campeonato Carioca entre outros.
O segundo motivo é a decisão da FPF de aceitar patrocínio da Crefisa, patrocinadora do Palmeiras, para a arbitragem de jogos da fase final do Campeonato Paulista (aliás, da Faculdades das Américas - FAM também). A Fifa teve conhecimento, orientou a FPF a cortar o patrocínio e a FPF acatará, segundo portais da internet.
Agora, a bola da vez é a vez da Federação Mineira de Futebol (FMF). O jornal Estado de Minas publicou, nesta segunda-feira, matéria com o título "Indignação Celeste", na qual o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, acusa a Entidade de beneficiar o Atlético MG e prejudicar o time estrelado. O presidente do Cruzeiro manifesta grande revolta em relação aos seguintes fatos (Estado de Minas, 14/04, SuperEsportes):
Agora, a bola da vez é a vez da Federação Mineira de Futebol (FMF). O jornal Estado de Minas publicou, nesta segunda-feira, matéria com o título "Indignação Celeste", na qual o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, acusa a Entidade de beneficiar o Atlético MG e prejudicar o time estrelado. O presidente do Cruzeiro manifesta grande revolta em relação aos seguintes fatos (Estado de Minas, 14/04, SuperEsportes):
1) O Cruzeiro disputou, no último domingo, 12 de abril, uma partida com o Atlético MG, no Independência (1 x 1), viajando em seguida para a Argentina, onde disputará hoje outra partida, dessa vez, pela Libertadores 2015, contra o Huracan. O time precisa de um empate para se classificar, mas mal terá tempo de descansar.
2) O ocorrido acima se repetirá na semana que vem (como é que pode?). O Cruzeiro disputará no próximo domingo, 19 de abril, uma segunda partida com o Atlético MG, no Mineirão, a qual definirá o campeão do Campeonato Mineiro, viajando em seguida para a Bolívia, visando disputar na terça-feira, 21 de abril, outra partida pela Libertadores 2015, contra o Universitario de Sucre.
3) Confiante na palavra do presidente da FMF, Castellar Guimarães Neto, de que pelo menos na semana que vem o Cruzeiro não seria prejudicado, o Clube começou a vender ingressos, considerando o jogo do próximo final de semana no sábado. Mas ele ocorrerá realmente no domingo.
De acordo com o presidente Gilvan, "a Federação deveria representar os interesses dos clubes, mas representa uma única equipe. Todo mundo sabe que o presidente é atleticano, já tirou foto com taça do Atlético. A família dele é atleticana, a Federação Mineira de Futebol é atleticana, ficou claro agora". Palavras duras, sem dúvida.
Gilvan também afirmou: "o presidente da entidade falou que não prejudicaria o Cruzeiro duas vezes seguidas. Nesse fim de semana, jogamos no domingo e agora entraremos em campo na terça (hoje). No próximo fim de semana, a mesma coisa. O presidente me falou que o Cruzeiro jogaria no sábado, tanto que nossa venda começou na sexta-feira". Ou seja, a confiança no conceito "fio do bigode" morreu no futebol mineiro.
Segundo a mesma matéria do Estado de Minas, o presidente da FMF, Castellar Neto, informou ter tentado antecipar o clássico para o sábado, junto à emissora detentora dos direitos de transmissão do Estadual, mas esta não teria aceitado (deve ter um contrato em mãos que lhe dá esse direito). Além disso, teria tentado um contato com a Conmebol, solicitando adiamento do jogo Huracan x Cruzeiro, sem sucesso (e alguém esperaria sucesso por aqui?).
É importante destacar que o artigo 25 do Regulamento Geral das Competições da CBF não admite jogos com intervalo inferior a 60 horas, a não ser em casos muito especiais. Pelo visto, temos aqui não um, mas dois casos especiais.
O que pensar disso tudo? Várias coisas, mas principalmente:
1) Como um dirigente de Federação se deixa fotografar publicamente com a taça do time de sua preferência (ainda que reconhecendo que ele, como ser humano, tem o direito de ter um time do coração)? Isso não parece uma boa prática de governança e de imagem institucional.
2) O presidente do Cruzeiro e sua torcida aprenderam, com o episódio, que a palavra de um presidente de Federação, sem algum instrumento assinado referendando o que se afirma, não tem valor. Terá a diretoria do Cruzeiro sido ingênua no episódio? Independentemente da resposta, é uma pena que não se possa confiar.
3) Sem conhecer os detalhes legais e contratuais da questão e todos os fatos ocorridos, a não ser os de domínio público, nossa percepção é: se a emissora que tem os direitos de transmissão de Cruzeiro x Atlético MG fez valer seu direito contratual, ela está legal e contratualmente amparada. Mas se o fez, ainda que em prol da audiência (fonte de receita), a inflexibilidade não terá deixado de colocar o Cruzeiro e o futebol mineiro sob forte risco de ambos se prejudicarem na Libertadores 2015. E se o Cruzeiro perder por cansaço, o risco terá se tornado prejuízo real. Serão esses os fatos?
4) Sobre o episódio aqui relatado: se o Cruzeiro tem que reclamar diretamente com a emissora citada, por que mesmo ele precisa da Federação Mineira? Se o contrato é entre o Cruzeiro e a emissora, o que a Federação está mesmo fazendo ali?
5) De maneira mais ampla, para que os grandes clubes precisam mesmo das Federações Estaduais? Não seria papel delas muito mais desenvolver o esporte junto aos pequenos clubes e ao interior dos estados? Essa não parece ser uma pergunta pertinente?
Finalizando e retornando ao início, este é um terceiro caso de Federações Estaduais na mídia. E de forma negativa.
Bola Pensante
É importante destacar que o artigo 25 do Regulamento Geral das Competições da CBF não admite jogos com intervalo inferior a 60 horas, a não ser em casos muito especiais. Pelo visto, temos aqui não um, mas dois casos especiais.
O que pensar disso tudo? Várias coisas, mas principalmente:
1) Como um dirigente de Federação se deixa fotografar publicamente com a taça do time de sua preferência (ainda que reconhecendo que ele, como ser humano, tem o direito de ter um time do coração)? Isso não parece uma boa prática de governança e de imagem institucional.
2) O presidente do Cruzeiro e sua torcida aprenderam, com o episódio, que a palavra de um presidente de Federação, sem algum instrumento assinado referendando o que se afirma, não tem valor. Terá a diretoria do Cruzeiro sido ingênua no episódio? Independentemente da resposta, é uma pena que não se possa confiar.
3) Sem conhecer os detalhes legais e contratuais da questão e todos os fatos ocorridos, a não ser os de domínio público, nossa percepção é: se a emissora que tem os direitos de transmissão de Cruzeiro x Atlético MG fez valer seu direito contratual, ela está legal e contratualmente amparada. Mas se o fez, ainda que em prol da audiência (fonte de receita), a inflexibilidade não terá deixado de colocar o Cruzeiro e o futebol mineiro sob forte risco de ambos se prejudicarem na Libertadores 2015. E se o Cruzeiro perder por cansaço, o risco terá se tornado prejuízo real. Serão esses os fatos?
4) Sobre o episódio aqui relatado: se o Cruzeiro tem que reclamar diretamente com a emissora citada, por que mesmo ele precisa da Federação Mineira? Se o contrato é entre o Cruzeiro e a emissora, o que a Federação está mesmo fazendo ali?
5) De maneira mais ampla, para que os grandes clubes precisam mesmo das Federações Estaduais? Não seria papel delas muito mais desenvolver o esporte junto aos pequenos clubes e ao interior dos estados? Essa não parece ser uma pergunta pertinente?
Finalizando e retornando ao início, este é um terceiro caso de Federações Estaduais na mídia. E de forma negativa.
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