Sálvio Spínola Fonte: ESPN |
Torcedores costumam criticar fortemente as arbitragens do Brasil mas poucos têm uma ideia de como funciona o sistema de arbitragem nacional. Eles, os torcedores, são injustos? Não, mas, ao mesmo tempo, muitas avaliações são incompletas, por não conhecerem a realidade dos árbitros do futebol nacional.
No ótimo post "17 medidas simples que a CBF pode adotar para melhorar a arbitragem brasileira", publicado em 9 de maio, o comentarista Sálvio Spínola, da ESPN, descreve um conjunto interessante de mudanças que poderiam fazer diferença no futebol nacional. O autor tem experiência concreta, por que atuou como árbitro de futebol e suas sugestões no mínimo merecem reflexão.
Neste post, nossa proposta é comentar os sete itens que mais nos chamaram a atenção na lista sugerida por Spíndola, relacionados especificamente à identificação, formação, capacitação, motivação, remuneração e feedback de árbitros. São eles:
1 - Assunção da responsabilidade dos árbitros pela CBF
A CBF assumiria a responsabilidade pelos árbitros de futebol do Brasil, atualmente, a cargo das Federações Estaduais e emprestados à Confederação. A proposta fortaleceria os critérios de formação e qualificação de árbitros.
2 - Busca de Talentos pela CBF
A CBF teria experts capazes de identificar novos talentos para arbitragem e de atraí-los para a profissão.
3 - Arbitragem comandada com dedicação exclusiva e capacitação em gestão de gente
A CBF designaria comandantes da arbitragem nacional dedicados exclusivamente ao seu trabalho, os quais teriam capacitação mais humanística e menos orientada para técnicas militares.
4 - Resgate da alegria de apitar jogos
A CBF fortaleceria os seus árbitros, por meio do apoio de instrutores especializados e, não, de ameaças, de maneira a reduzir bastante o medo antes de jogos.
5 - Alteração da forma de remuneração de árbitros
A CBF instituiria um sistema de remuneração que crie segurança financeira. Um bom modelo seria o da Argentina, em que os árbitros têm uma remuneração fixa e uma parte variável associada aos jogos apitados. Outros benefícios poderiam ser agregados, como pacotes de TV por assinatura, academia de ginástica, suplementação alimentar e outros itens relacionados à preparação do árbitro.
6 - Meritocracia
A CBF escolheria árbitros com base no seu talento em campo, por meio de critérios justos e transparentes, sem privilegiar indicações estaduais.
7 - Feedback pós-rodada via sistema de teleconferência
A CBF poderia instituir esse modelo de feedback aos árbitros, de maneira a aperfeiçoar continuamente a arbitragem de jogos de futebol no Brasil. O modelo já é usado no México.
Todas as demais sugestões do comentarista Sálvio Spíndola são também importantes e merecem consideração, mas selecionamos essas sete acima visando demonstrar como a realidade dos árbitros nacionais é sofrível e precisa mudar para muito melhor.
Finalizando, o novo presidente da CBF Marco Polo Del Nero e seus executivos têm espaço para tornar a Confederação muito mais presente no assunto arbitragem, se tiverem vontade política e se dispuserem a fazer um plano de ação focado nas melhores práticas do mundo do futebol.
Finalizando, o novo presidente da CBF Marco Polo Del Nero e seus executivos têm espaço para tornar a Confederação muito mais presente no assunto arbitragem, se tiverem vontade política e se dispuserem a fazer um plano de ação focado nas melhores práticas do mundo do futebol.
Bola Pensante
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