Crédito: Stuart Miles |
No caso de Alisson, por exemplo, um dos preferidos do técnico Marcelo Oliveira,o médico Sérgio Freire Júnior, do Cruzeiro, explicou ao UOL que o jogador tem um porte físico mais musculoso, o qual a velocidade e a intensidade do jogo colocam sob maior nível de risco. Não seria, no caso, algum tipo de fragilidade física, mas de um biótipo específico.
Como o Cruzeiro tem lidado com o caso de Alisson? Por meio de alguns cuidados, tais como:
Como o Cruzeiro tem lidado com o caso de Alisson? Por meio de alguns cuidados, tais como:
1) Submeter o atleta a mais exames avaliativos do que os demais jogadores do elenco.
2) Realizar trabalhos especiais com o atleta, fortalecendo músculos, especialmente, nas pernas.
3) Recomendar ao atleta um jogo com mais reflexão e menos esforço físico.
Mas será um biótipo diferente a única causa de lesões? Guilherme, do Atlético MG, tem um amplo histórico de lesões no Clube. No jogo mais recente do Galo, contra a Caldense, pelas finais do Campeonato Mineiro, ele se lesionou novamente e não tem previsão de retorno aos gramados, mesmo para o próximo jogo da Libertadores 2015, contra o Internacional. O que acontece com Guilherme?
Pesquisamos na internet sobre o caso do atleta e não identificamos nenhum tipo de explicação médica como aquela dada acima pelo Cruzeiro sobre Alisson. Ao mesmo tempo, foi também divulgado no UOL que o jogador recebe especial atenção na Cidade do Galo, tanto por meio de exames médicos quanto via apoio constante de fisioterapeutas, fisiologista, médicos e o técnico Levir Culpi. A pergunta que se coloca é: terá Guilherme um biótipo musculoso mais propenso a lesões ou um problema crônico em sua fisiologia, talvez em função, por exemplo, de alguma lesão que não tenha sido bem tratada no passado?
E quanto ao jogador chileno Valdívia, do Palmeiras? Tampouco localizamos algum tipo de explicação para suas várias lesões, remanescendo a dúvida citada em relação a Guilherme. Mesmo assim, de maneira similar ao Cruzeiro e Atlético MG respectivamente para Alisson e Guilherme, o Palmeiras também dedica grande atenção ao jogador.
Feitas essas considerações, perguntamos:
1) Como atletas que jogam menos, em função de lesões, podem lidar emocionalmente com seu problema?
2) Como times com atletas assim podem lidar contratualmente com o problema?
No primeiro caso, a resposta é: ouvindo atentamente os médicos, tendo extrema disciplina no cumprimento de suas recomendações e procurando manter uma atitude mental positiva e serena diante dos fatos.
Aqui, cabe fazer uma consideração: cremos que atletas com problemas de lesões constantes sofrem e não deve ser pouco. Isso por que eles são cobrados por clubes, torcedores e por si mesmo mesmos quanto à performance e não há como ser muito diferente. Lidar com essa cobrança, especialmente, em momento de recuperação de lesões, é muito importante, para bloquear o desânimo e favorecer o trabalho permanente.
Quanto à segunda resposta, esta pode ser: primeiramente, aceitando que casos de jogadores com perfil de muitas lesões podem ocorrer e não são o que existe de pior em termos de riscos no futebol. Piores riscos são aqueles decorrentes de não se dispor de esquemas táticos bons, variados, e de vários bons jogadores à disposição. A Seleção Brasileira, por exemplo, não perdeu de 7 a 1 da Seleção da Alemanha por conta de casos dessa natureza e nem conseguiu evitar o maior vexame no futebol nacional em todos os tempos.
Em segundo lugar, firmando contratos de produtividade com atletas (nossa opção preferida) facilmente lesionáveis, ou, alternativamente, criando um desconto em seu salário, que seja correspondente, economicamente (tanto quanto possível) ao esquema de produtividade para uma série histórica disponível de lesões.
E por que o sistema de produtividade pode ser melhor para todos, nesses casos? Para os clubes, por que a remuneração se ajusta à produção efetiva em campo, motivando atletas a se empenharem nos cuidados por si mesmos. Para os atletas, além da questão da motivação, haveria, em tese, o orgulho de não auferir proventos além do razoável, reduzindo-se o nível de cobrança em função de rendimentos injustos (por vezes, estratosféricos) sem a devida disponibidade ao Clube.
Bola Pensante
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