O time do Corinthians, campeão brasileiro de 2015, não existe mais. Renato Augusto, Jadson, Vágner Love e Ralf estão fora. O goleiro Cássio, segundo o noticiário de hoje, quarta-feira (13), poderá ficar, não mais deixando o grupo para atuar na Turquia, o que se constitui em alívio, mas pequeno. Primeiramente, por que não se sabe se as saídas de jogadores terminaram, pode haver riscos de novas saídas. Em segundo lugar, vamos combinar: o Corinthians de meados de janeiro de 2016 é outro. E bem diferente do Corinthians campeão de 2015. Em que sentido? Para o momento, trata-se de uma incógnita.
Sob o prisma financeiro, o Clube reduzirá despesas com o desmonte. Estimativas referentes aos atletas supracitados montam a R$ 60 milhões, se Cássio for incluído, conforme se lê na mídia. Já se ele permanecer na equipe, a economia poderá ser da ordem de R$ 51 milhões. Em qualquer hipótese, trata-se de um bom gasto evitado, mas e quanto ao futebol? E quanto à disputa da Libertadores 2016? E as expectativas da torcida corintiana, que quer vencer a Libertadores 2016, com ou sem o desmonte do time campeão de 2015?
Desmontes similares de times têm algo a ensinar aos corintianos?
Talvez. Citemos inicialmente, por questão de praticidade, a história mais recente de desmonte anterior ao do Timão: a do time do Cruzeiro, tetracampeão brasileiro e bicampeão no período 2013-2014. Seus torcedores sofreram em 2015, já que o time foi mal em boa parte do ano, chegando a flertar durante bom tempo com a zona de rebaixamento; felizmente, o Cruzeiro reagiu e não caiu. O que deu errado, após o desmonte?
Principalmente, decisões equivocadas. Em primeiro lugar, destaca-se o remonte cruzeirense consideravelmente mal feito, com a vinda de vários atletas que não renderam o que deles se esperava; a seguir, menciona-se a demissão injustificada do técnico bicampeão Marcelo de Oliveira; por fim, enfatiza-se a contratação de Vanderlei Luxemburgo, que acabou sendo demitido, sendo contratado Mano Menezes, ora na China. Definitivamente, um ano para a China Azul esquecer; exceto, talvez, as partidas finais do Brasileirão, quando o aproveitamento do Cruzeiro foi da ordem de grandeza do aproveitamento do Atlético MG, vice-campeão. Mas não deu tempo de maiores proezas no ano.
Sob o prisma financeiro, o Clube reduzirá despesas com o desmonte. Estimativas referentes aos atletas supracitados montam a R$ 60 milhões, se Cássio for incluído, conforme se lê na mídia. Já se ele permanecer na equipe, a economia poderá ser da ordem de R$ 51 milhões. Em qualquer hipótese, trata-se de um bom gasto evitado, mas e quanto ao futebol? E quanto à disputa da Libertadores 2016? E as expectativas da torcida corintiana, que quer vencer a Libertadores 2016, com ou sem o desmonte do time campeão de 2015?
Desmontes similares de times têm algo a ensinar aos corintianos?
Talvez. Citemos inicialmente, por questão de praticidade, a história mais recente de desmonte anterior ao do Timão: a do time do Cruzeiro, tetracampeão brasileiro e bicampeão no período 2013-2014. Seus torcedores sofreram em 2015, já que o time foi mal em boa parte do ano, chegando a flertar durante bom tempo com a zona de rebaixamento; felizmente, o Cruzeiro reagiu e não caiu. O que deu errado, após o desmonte?
Principalmente, decisões equivocadas. Em primeiro lugar, destaca-se o remonte cruzeirense consideravelmente mal feito, com a vinda de vários atletas que não renderam o que deles se esperava; a seguir, menciona-se a demissão injustificada do técnico bicampeão Marcelo de Oliveira; por fim, enfatiza-se a contratação de Vanderlei Luxemburgo, que acabou sendo demitido, sendo contratado Mano Menezes, ora na China. Definitivamente, um ano para a China Azul esquecer; exceto, talvez, as partidas finais do Brasileirão, quando o aproveitamento do Cruzeiro foi da ordem de grandeza do aproveitamento do Atlético MG, vice-campeão. Mas não deu tempo de maiores proezas no ano.
O Cruzeiro não é o único caso de desmonte que merece ser citado. O Palmeiras também tem o que relatar: foi campeão paulista e brasileiro em 1994, tendo sido desmontado em 1995; em 1999, após um período de recuperação, conquistou a Libertadores, mas foi novamente desmontado em 2000; mesmo assim, os efeitos plenos do desmonte foram alcançados em 2001, quando então não venceu nenhum torneio. Outro caso importante é o do Botafogo que, após fazer um bom 2013, foi desmontado em 2014 e caiu para a série B; em 2016, ele retorna à série A.
O que essas histórias, associadas à do próprio Corinthians neste início de 2016, ensinam?
Em primeiro lugar, é preciso que os torcedores entendam que com os incentivos financeiros que o futebol de fora do Brasil, encorpado recentemente pelo dinheiro da Ásia e da China, oferece aos nossos atletas, e com o sistema de futebol sofrível que temos, não é possível evitar desmontes. A nosso ver, todo time com bom desempenho no Brasil torna-se alvo e candidato a desmonte de seus talentos. A linha de desmontagem mais recente começa, portanto, com o Cruzeiro, segue com o Corinthians e as evidências indicam: podemos esperar mais pela frente.
O que poderia mudar essa realidade? Primeiramente, algo como asiáticos e chineses mudarem suas estratégias para o futebol, mas, por ora, não é o que se vislumbra. Em segundo lugar, ter-se-ia que mudar dramaticamente a realidade estrutural e, portanto, financeira do futebol nacional e isso não aparece estar no radar dos dirigentes do futebol nativo, que não parecem interessados nesse assunto. Nesse contexto, outros desmontes são bem possíveis.
Em segundo lugar, é preciso que os torcedores entendam que desmontes requerem remontes bem feitos, novas contratações acertadas (e isso pode ser um problema!) mas apenas contratar bem não basta. Além de procurar extrair o melhor de atletas contratados, cumpre entrosá-los e isso requer algo chamado tempo. Assim sendo, é preciso que sejam compreendidos os limites de um técnico, mesmo sendo ele tão bom quanto Tite, comandante do Corinthians.
Tite não será culpado se o Timão não conseguir performar em alto nível neste ano de 2016. Em situações de desmonte, até o remonte redentor acontecer, a vida poderá ser dura, por que, conforme dito, precisa-se de algum tempo para formar equipes de alta performance em esportes coletivos, tempo esse que pode ser superior ao ano em curso. E não adiantam alternativas precipitadas, como demonstra o caso do Cruzeiro, na contratação de Luxemburgo.
Finalizando, o sistema de futebol nacional pode melhorar? Certamente, mas é preciso que as torcidas demandem mudanças.
Bola Pensante
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